quarta-feira, 25 de maio de 2011

Progressos no Trabalho

Como já havíamos comunicado, no dia 18 de Março participámos no VI Congresso dos Jovens Geocientistas que se realizou na Universidade de Coimbra. Foi um dia bastante agradável e tivemos a oportunidade de ver os nossos colegas a apresentar os seus trabalhos.
No início de Abril, enviámos o nosso trabalho para o 19º Concurso dos Jovens Cientistas e Investigadores e, na semana passada, recebemos a notícia de que fomos seleccionadas para a Mostra de Ciência a realizar entre 26 e 28 de Maio de 2011.

Parâmetros Microbiológicos – Leituras e Testes

I - Coliformes Totais
  • Meio de Cultura: Chromocult.
  • Método: M. F.
  • Preparação: Distribuir o meio de cultura por placas de 6 mm de diâmetro (aproximadamente 6 ml por placa).
  • Observações: Preparar 3 réplicas e uma placa em branco.
  • Incubação: A 37ºC durante 24 horas.
  • Leitura: Contar colónias de cor vermelha e salmão. As colónias de cor azul-escuro e violeta são Escherichia coli. Outros Gram negativos surgem incolores ou com cor desde o azul claro a turquesa.

II – Coliformes fecais
  • Meio de Cultura: M-FC-Agar.
  • Método: M. F.
  • Preparação: Distribuir o meio de cultura por placas de 6 mm de diâmetro (aproximadamente 6 ml por placa).
  • Observações: Preparar 3 réplicas e uma placa em branco.
  • Incubação: A 44ºC durante 24 horas.
  • Leitura: Contar as colónias de cor azul. Ignorar as colónias de branca e bege.

III – Estreptococos fecais
  • Meio de Cultura: Slanetz and Bartley.
  • Método: M. F.
  • Preparação: Distribuir o meio de cultura por placas de 6 mm de diâmetro (aproximadamente 6 ml por placa).
  • Observações: Preparar 3 réplicas e uma placa em branco.
  • Incubação: A 37ºC durante 48 horas.
  • Leitura: Contar as colónias rosa e acastanhadas de diâmetro compreendido entre 0,5 a 2 mm.

Preparação de Meios de Cultura

Material:
Material de vidro:
  • Proveta de 250 mL
  • 3 vidros de relógio
  • 3 varetas de vidro
  • 3 erlenmeyers de 250 mL com rolha de algodão
Material diverso:
  • Algodão cardado
  • Gaze
  • 3 espátulas
  • 3 Meios de cultura desidratados (comercial)
  • 5 mL de NaOH 1N
  • 5 mL de HCl 1N
  • 2 lamparinas de álcool
  • Algodão hidrófilo
  • Álcool etílico a 96 %
  • Marcador de acetato
  • Fósforos
  • Balança de precisão
  • Medidor de pH
  • Placa de aquecimento
  • Recipiente para promover o banho-maria (ex: cafeteira)
  • Folha de alumínio

Execução:
  1. Pesar a quantidade de Meio de Cultura desidratado correspondente a 250 mL de meio e transferir para um erlenmeyer de 250 mL.
  2. Perfazer com água destilada até 250 mL.
  3. Agitar com uma vareta de vidro até dissolver completamente.
  4. Ajustar o pH de acordo com as indicações da embalagem.
  5. Tapar o erlenmeyer com a rolha de algodão e colocar em banho de água a 100º C para cozer o meio, agitando regularmente e de acordo com as indicações da embalagem.
  6. Retirar o erlenmeyer do banho de água, deixar arrefecer à temperatura ambiente e guardar no frigorífico a 4ºC.
I – Chromocult – Coliformes Totais
  1. Dissolver 6,625 g em 250 mL de água destilada, em banho-maria, agitando regularmente até o meio de cultura se tenha dissolvido completamente.
  2. Acertar o pH: 6,8 ± 0,2 a 25ºC.
  3. Levar à ebulição.
  4. Deixar arrefecer à temperatura de 50ºC.
  5. Verter em placa de Petri, aproximadamente 6 mL.
II – M-FC-Agar – Coliformes fecais 
  1. Preparar uma solução de 0,8 g de NaOH 0,2 N em 10 mL de água e adicionar-lhe 0,1 g de ácido rosólico.
  2. Dissolver 13 g em 250 mL de água destilada, aquecendo em banho-maria, agitando regularmente até que o meio de cultura se tenha dissolvido por completo.
  3. Acertar o pH: 7,0 ± 0,2 a 25ºC.
  4. Aquecer em banho-maria durante 20 minutos.
  5. Nos últimos 2 minutos, misturar com a solução preparada anteriormente.
  6. Deixar arrefecer à temperatura de 50ºC.
  7. Verter em placas de Petri, aproximadamente 6 mL.
III – Slanetz and Bartley – Estreptococus fecais
  1. Dissolver 10,375 g em 250 mL de água destilada, em banho-maria, agitando regularmente até que o meio de cultura se tenha dissolvido completamente.
  2. Acertar o pH: 7,2 ± 0,2 a 25ºC.
  3. Levar à ebulição durante 20 minutos.
  4. Deixar arrefecer à temperatura de 50ºC.
  5. Verter em placas de Petri, aproximadamente 6 mL.

NOTA: Todo o material sujo deve ser colocado em tabuleiro próprio para recolher à sala de lavagem e esterilização.

Determinação do manganês para a gama de 0,1 – 4,0 mg/l

Determinação do manganês para a gama de 0,1 – 4,0 mg/l
Nº 914218 (VISOCOLOR)

Procedimento:
  1. Lavar repetidamente a cuvete com a amostra e adicionar até perfazer a marca (9 mL).
  2. Adicionar 5 gotas de manganês – 1e agitar.
  3. Adicionar 5 gotas de manganês – 2 e agitar.
  4. Aguardar 1 minuto.
  5. Adicionar 5 gotas de manganês – 3 e agitar.
  6. Aguardar 5 minutos.
  7. Limpar cuidadosamente a cuvete e introduzi-la no fotómetro.
  8. Proceder à leitura no fotómetro segundo as regras de utilização.
  9. Seleccionar o filtro 3.
  10. Seleccionar o parâmetro V MANGANESE.

Determinação do sulfato para a gama de 20 – 200 mg/L

Determinação do sulfato para a gama de 20 – 200 mg/L
Nº 914235 (VISOCOLOR)

Procedimento:
Lavar repetidamente a cuvete com a amostra e adicionar até perfazer a marcar (9 mL).
Adicionar 10 gotas de Sulfato-1 e dissolver agitando suavemente.
Adicionar 1 colher (grande) de Sulfato-2 e dissolvê-la agitando (a amostra fica mais ou menos turva).
Aguardar 1 minuto.
Limpar cuidadosamente a cuvete e introduzi-la no fotómetro.
Proceder à leitura no fotómetro segunda as regras de utilização.
Seleccionar o filtro 2.
Seleccionar o parâmetro V SULPHATE.

Precauções de Segurança:
O Sulfato-2 contém cloreto de bário, sendo nocivo por inalação e ingestão.
Em caso de acidente, avisar imediatamente o médico.

Determinação do ferro para a gama de 0,1-7 mg/L Fe

 Determinação do ferro para a gama de 0,1-7 mg/L Fe
(Fe^2+ e Fe^3+)

Procedimento:
  1. Lavar repetidamente a cuvete com a amostra e adicionar até perfazer a marca (9 mL).
  2. Adicionar 5 gotas de Ferro – 1. Fechar e agitar.
  3. Adicionar 1 colher de Ferro – 2. Fechar e agitar.
  4. Adicionar 5 gotas de Ferro – 3. Fechar e agitar.
  5. Adicionar 5 gotas de Ferro – 4. Fechar e agitar.
  6. Aguardar 5 minutos.
  7. Limpar cuidadosamente a cuvete e introduzi-la no fotómetro.
  8. Proceder à leitura no fotómetro segundo as regras de utilização.
  9. Seleccionar o filtro 3.
  10. Seleccionar o parâmetro V IRON DEV.

NOTA: para determinar Fe^2+, o procedimento a seguir é o anterior eliminando o 3º passo, isto é, não adicionar o reagente 2.

Determinação do nitrito para a gama de 0,02 – 0,50 mg/L NO2

Determinação do nitrito para a gama de 0,02 – 0,50 mg/L NO2
VISOCOLOR ECO

Procedimento:
  1. Lavar repetidamente a cuvete com a amostra e adicionar 5 mL da amostra.
  2. Adicionar 4 gotas do Nitrito-1. Agitar.
  3. Adicionar 1 colher Nitrito-2 e agitar até à dissolução completa
  4. Aguardar 10 minutos.
  5. Limpar cuidadosamente a cuvete e introduzi-la no fotómetro.
  6. Proceder à leitura no fotómetro segundo as regras de utilização
  7. Seleccionar o filtro 4.
  8. Seleccionar o parâmetro ECO NITRITE- (0,02 – 0,50 mg/L) NO2.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Determinação do Nitrato para a gama (4 – 120) mg/l

Determinação do Nitrato para a gama (4 – 120) mg/l
VISOCOLOR ECO

Procedimento:
  1. Lavar repetidamente a cuvete com a amostra e adicionar 5 ml da amostra.
  2. Adicionar 5 gotas de Nitrato – 1 e agitar.
  3. Adicionar 1 colher de Nitrato – 2. Fechar e agitar vigorosamente durante 1 minuto.
  4. Aguardar 5 minutos.
  5. Limpar cuidadosamente a cuvete e introduzi-la no fotómetro.
  6. Proceder à leitura no fotómetro segundo as regras de utilização
  7. Seleccionar o filtro 3.
  8. Seleccionar o parâmetro ECO NITRATO (4 – 120).

Dureza total (H 20 F)

Procedimento:
  1. Lavar repetidamente (especifica do parâmetro) com a amostra e adicionar até perfazer a marca (5 mL).
  2. Adicionar 2 gotas de indicador H 20 Fe agitar. Se a amostra de água ficar verde, a dureza é nula. Se ficar vermelha, avançar para o ponto 3.
  3. Com o êmbolo da seringa na posição mais baixa, colocar na solução TL H 20 e puxar o êmbolo lentamente até que a borda inferior da borracha negra do êmbolo fique no zero da escala da seringa.
  4. Adicionar à água a analisar. É recomendado ter a seringa na mão esquerda e a amostra na mão direita verter gota, a gota, agitando ligeiramente a proveta, até que o conteúdo do tubo fique completamente verde.
  5. Para o registo de dados deve ser efectuada a leitura em mmol/l e efectuar a seguinte conversão:
             1mmol/l= 5,6 grados (ºd)
             1ºd= 17,8 mg/l de CaCO3

Determinação do cloro para a gama (0,1 – 2,0) mg/l Cl2

Determinação do cloro para a gama (0,1 – 2,0) mg/l Cl2
Nº 914 232 (VISOCOLOR)

Procedimentos:
Cloro livre
  1. Introduzir 5 gotas de Cloro – 1na cuvete.
  2. Adicionar 5 gotas de Cloro – 2.
  3. Juntar a amostra até à marca (9mL). Fechar e agitar.
  4. Aguardar 30 segundos.
  5. Limpar cuidadosamente a cuvete e introduzi-la no fotómetro.
  6. Proceder à leitura no fotómetro segundo as regras de utilização.
  7. Seleccionar o filtro 4.
  8. Seleccionar o parâmetro V CHLORINE free.
  9. Proceder à leitura.
Cloro Total
    10.  Abrir a cuvete e adicionar 5 gotas de Cloro – 3.
    11.  Fechar e agita. Aguardar 2 minutos.
    12.  Proceder à leitura no fotómetro segundo as regras de utilização.
    13.  Seleccionar o parâmetro V CHLORINE Toal.
    14.  Seleccionar o filtro 4.

NOTA: só reage para 5 < pH < 6; acidificar quando necessário (Ácido acético)

Determinação do Alumínio para a gama (0,010-2,500E)

Determinação do Alumínio para a gama (0,010-2,500E)
Nº 91802 (NANOCOLOR)

Procedimento:
1 - Identificar 2 provetas de 25 mL com a designação:” Amostra” e “Branca”. A cada proveta adicionar os seguintes reagentes.
Proveta “Amostra”
  • 20 mL de amostra
  • 0,2 mL de R1 ,agitar
  • 1 colher de R2 ,agitar
  • 2 mL de R3, agitar
  • 2 mL de R4 , agitar
Proveta “Branco”
  • 20 mL de água destilada
  • 0,2 mL de R1 , agitar
  • 1 colher de R2, agitar
  • 2 mL de R3 , agitar
  • 2 mL de R4 , agitar

2 - Ajustar o volume de cada proveta até 25 mL com água destilada.
3 - Agitar e verter as soluções de cada proveta em 2 cuvetes.
4 - Proceder a leitura no fotómetro segundo as regras de utilização.
5 - Seleccionar o filtro 4.
6 - Seleccionar o parâmetro 013Ext.

Regras de utilização do fotómetro

  1. Pressionar a tecla M para seleccionar o teste (Visocolor, Nanocolor, etc.).
  2. Pressionar a tecla ↷ para seleccionar o método. (a tecla M serve também para puxar atrás o método).
  3. Pressionara tecla Null Zero para confirmar o método seleccionado.
  4. Introduzir o filtro adequado.
  5. Inserir o valor branco (amostra sem reagente).
  6. Pressionar a tecla Null Zero.
  7. Retirar o valor branco.
  8. Inserir o valor titulado (amostra com reagente).
  9. Pressionar a tecla M.
  10. Registar o valor de leitura.

Esterilização de materiais de laboratório por calor húmido

Material:
Material de vidro (não esterilizado):
  • 12 caixas de petri de 6 cm ϕ
  • 9 pipetas de 10 mL
  • 5 frascos de vidro com rolha esmerilada de 500 mL
  • 3 erlenmeyers de 250 mL
  • 3 varetas de vidro
Material diverso:
  • Algodão cardado
  • Gaze
  • Papel pardo
  • Tesoura
  • Fio de norte
  • Estufa
  • Autoclave
  • Agulha

Execução:
  1. Verificar se o autoclave tem água suficiente.
  2. Colocar o material no cesto metálico e introduzir o cesto no autoclave.
  3. Fechar o autoclave apertando simultaneamente as cavilhas diametralmente opostas.
  4. Confirmar se a válvula do esgoto está fechada.
  5. Ligar o autoclave depois de regular a temperatura e o tempo de esterilização (frequentemente 121ºC e 15 minutos).
  6. Quando estiver esgotado o tempo de esterilização o autoclave desligará automaticamente.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Análise dos Resultados e Conclusões

De forma a serem melhor apreendidos os resultados que obtivemos apresentamos as tabelas que relativas aos parâmetros físico-químicos e aos parâmetros bacteriológicos.
Como podemos constatar pelos resultados obtidos, de todos os chafarizes emana água imprópria para consumo humano. Isto resulta do excesso de manganês e da existência de colónias de todas as bactérias analisadas, excepto Estreptococos fecais e Coliformes fecais que não estavam presentes nas amostras da água do chafariz da Mina. Para além disso, os chafarizes da Mina e de São Marcos não respeitam, ainda, os valores para a concentração de alumínio.

Parâmetros físico-químicos analisados
Grupo
Resultados
Valores Paramétricos
Mina
São Marcos
Granja
pH (escala de Sorënsen)
6,75
7,64
6,63
≥6,5≤9,0
Alumínio
0,213 mg/L
0,21 mg/L
0,123 mg/L
0,2 mg/L AL
Cloretos
21,333 mg/L
36,333 mg/L
31 mg/L
250 mg/L Cl
Dureza total
59,808 mg/L
99,68 mg/L
59,808 mg/L
500 mg/L CaCO3
Nitratos
26 mg/L
17 mg/L
26 mg/L
50 mg/L NO3
Nitritos
<0,02 mg/L
0,02 mg/L
<0,02 mg/L
0,5 mg/L NO2
Ferro
<0,04 mg/L
<0,04 mg/L
<0,04 mg/L
0,2 mg/L Fe
Sulfatos
<20 mg/L
39 mg/L
<20 mg/L
250 mg/L SO4
Manganês
0,1 mg/L
0,1 mg/L
0,1 mg/L
0,05 mg/L Mn
Resultados dos Parâmetros Físico-Químicas

Parâmetros microbiológicos analisados
Grupo
Resultados
Valores Paramétricos
Mina
São Marcos
Granja
Coliformes totais por 250 mL (M.F.)
11
6
20
0
Escherichia coli por 250 mL (M.F.)
7
15
99
0
Estreptococos fecais por 250 mL (M.F.)
0
4
6
0
Coliformes fecais por 250 mL (M.F.)
0
2
5
0
Resultados dos Parâmetros Microbiológicos

Os resultados bacteriológicos estão de acordo com os físico-químicos, pois como estes últimos respeitaram, maioritariamente, os valores paramétricos podemos concluir que estas águas são um ambiente sadio para a proliferação de seres microscópicos, como bactérias.
A localização dos chafarizes também teve um grande impacto na presença e no número de bactérias presentes na água, como é o caso do chafariz da Granja que, devido à sua proximidade de um campo de pastagem, apresenta em elevada quantidade Coliformes totais e Escherichia coli, bactérias que se encontram nas fezes dos animais.
Podemos ainda verificar que o chafariz mais problemático é o de São Marcos, uma vez que apresenta colónias de todas as bactérias analisadas e dois dos parâmetros físico-químicos, alumínio e manganês não são respeitados.
Consideramos, finalmente, que estes chafarizes, hoje têm apenas um valor histórico, estético e cultural na cidade, visto que as suas águas são impróprias para consumo humano. No entanto, reconhecemos que conclusões de carácter definitivo exigiriam mais análises e investigação focalizada nas eventuais fontes poluidoras dos seus caudais subterrâneos. Verificámos com apreensão, que um dos chafarizes, o de São Marcos, não apresenta nenhum aviso sobre a qualidade da água o que pode levar algumas pessoas a recolher a sua água de forma inadvertida, pondo em risco a sua saúde.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Análises Bacteriológicas

Na análise bacteriológica das amostras de água dos três chafarizes, foram analisados os Coliformes totais, Escherichia coli, Estreptococos fecais e Coliformes fecais existentes em 250 mL. Foi necessário proceder à preparação de meios de culturas para as bactérias, tendo sido utilizados o Chromocult, M-FC-Agar e Slanetz and Bartley que, respectivamente, permitem a contagem de Coliformes totais e Escherichia coli, Coliformes fecais e Estreptococos fecais.

Inserção das amostras de água na rampa de filtração

Inicialmente, foram colocadas três amostras de 250 mL de cada uma das águas e para cada um dos meios numa rampa de filtração. Aqui a água foi filtrada e as bactérias que se encontravam na água ficaram retidas no filtro. Estes foram, posteriormente, colocados nos meios de cultura. Após o crescimento das colónias de bactérias, de acordo com o tempo de incubação de cada um dos meios, estas foram contadas num contador de colónias.

Contagem de Colónia

Análises Físico-Químicas

Os parâmetros físico-químicos tidos em conta nas análises foram pH, alumínio, cloretos, dureza total, nitratos, nitritos, ferro, sulfatos e manganês. Nestas análises, excepto no caso do pH, após a preparação das amostras, estas foram colocadas no fotómetro, aparelho onde se lê directamente os resultados.

Medição com Fotómetro

Para a preparação das amostras foram utilizados produtos específicos para cada parâmetro analisado. Assim, para a análise ao alumínio foi utilizado NANOCOLOR Aluminium 07, para os cloretos VISOCOLOR ECO Chlorid, para a dureza total NANOCOLOR Härte 20, para os nitratos VISOCOLOR ECO Nitrat, para os nitritos VISOCOLOR ECO Nitrit, para o ferro VISOCOLOR ECO Eisen, para os sulfatos VISOCOLOR Sulfat e, por fim, para medir a quantidade de manganês nas amostras foi usado VISOCOLOR Reagent Set for Manganese Determination.

VISOCOLOR Sulfat

Quanto ao valor de pH, este foi obtido colocando em cada uma das amostras um medidor de pH que lê directamente o valor, de acordo com a Escala de Sorënse.

Medidor de pH

Localização dos três chafarizes

Utilizámos água proveniente dos chafarizes da Mina, São Marcos e Granja de forma a poder analisar a sua qualidade físico-química e bacteriológica. Como se pode comprovar na figura 5, o mais central é o de S. Marcos, situando-se a norte o chafariz da Mina. O Chafariz da Granja situa-se na continuação da artéria com o mesmo nome, na saída da urbe para as Sarzedas.
 
Localização dos Três Chafarizes

Para a recolha da água, foram usados frascos esterilizados no Laboratório ENEAS de Análise de Águas instalado na escola. Foi, ainda, neste laboratório que se realizaram as análises físico-químicas e bacteriológicas com materiais oferecidos pela Universidade do Porto.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Resolução da falta de água com a construção de barragens

A partir de 1933, realizaram-se obras que permitiram o abastecimento da população, como a construção de reservatórios no interior do recinto do castelo e uma barragem no rio Ocreza, sendo que a água de ambos provinham da Serra da Gardunha.
Nos anos 50, os caudais que abasteciam a cidade foram aumentados pela construção de dois novos aquíferos. Porém, esta solução foi apenas provisória, pois quatro anos após a construção destes a escassez de água voltou a fazer-se sentir.
Entre 1966 e 1967 iniciou-se a construção da Barragem do Pisco e, na década seguinte, esta abasteceu de forma satisfatória a cidade. No entanto, a expansão clandestina da urbe, o regresso dos retornados nos anos 70 e a inexistência de um planeamento adequado fez com que esta barragem apenas mantivesse, de forma insatisfatória, um abastecimento inadequado à população.
A solução para este problema começou a ser procurada no final da década de 70 e início da década de 80. Em 7 de Janeiro de 1986, após muita controvérsia em relação à sua localização, deu-se início à construção da Barragem de Santa Águeda que foi inaugurada quatro anos depois, a 3 de Novembro, pelo Primeiro-ministro Cavaco Silva.
Com a edificação desta Barragem, a necessidade e disponibilidade de água na região tornou-se positiva até aos tempos actuais.


Fonte:
  • CANOSO, António História do Abastecimento de Água Ao Concelho de Castelo Branco 1ºedição, 1997
  • MATOS, José Vasco Mendes de; Esquema para uma Biografia da Cidade de Castelo Branco, Castelo Branco, 1972
  • SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS de CASTELO BRANCO; Relatório e Contas e Gerência do Ano de 1945, Câmara Municipal de Castelo Branco, 1959

Crescimento da população e agravamento do problema do abastecimento de água

Durante do séc. XX, a população aumentou continuamente num ritmo variável, mas sempre bastante elevado. Para além do êxodo rural que desencadeou, aliás como um pouco por todo o país, o surgimento e expansão imparável de bairros clandestinos, a cidade teve que absorver muitos retornados das colónias ultramarinas após o 25 de Abril de 1974. Este facto, juntamente com as longas secas, próprias do tipo de clima existente, agravou o problema do abastecimento de água.


Anos
Freguesia
Valor Percentual
1900
7400
-
1911
7527
+1,7%
1920
8798
+16,9%
1930
10355
+17,6%
1940
12763
+23,3%
1950
14865
+16,5%
1960
17616
+18,5%
1970
20480
+16,3%
1981
23570
+15,1%
1991
27004
+14,6%
População Residente na Freguesia de Castelo Branco e Valor Percentual do Crescimento Demográfico em cada Década

População Residente na Freguesia de Castelo Branco



Fonte:
  • DUARTE, Rui; A Memória do Passado no Actual Espaço Urbano – A Cidade de Castelo Branco sob uma Perspectiva Geográfica, Tese de Mestrado, Universidade de Coimbra, 1996
  • MATOS, José Vasco Mendes de; Esquema para uma Biografia da Cidade de Castelo Branco, Castelo Branco, 1972
  • Recenseamentos Gerais da População – 1900/1991 - Instituto Nacional da Estatística

Políticas tomadas para a preservar a água no final do séc. XIX

Apesar do esforço que a Câmara fazia no sentido de construir e manter pontos de abastecimento, a degradação e destruição destes espaços seria de tal forma evidente que em 1896, foram tomadas medidas contra estes actos de vandalismo.
Entre algumas medidas poderemos salientar as seguintes:

Artigo 2º.
É proibido sob pena de 500 réis de multa:1º- Lavar ou molhar nos tanques e fontes, ou próximo delas, peixes, hortaliças, sacos de café, utensílios de cozinha ou quaisquer outros objectos que sujem ou deteriorem as águas.2º - Lavar roupa junto dos tanques, poços e correntes de águas designados pela Câmara para tal fim.3º - Lançar nas nascentes e tanques animais, pedras, madeiras, ou quaisques outros objectos que as prejudiquem.4º - Tirar dos tanques águas com vasilhas que, por pouco limpas, sujam as águas.5º - Extrair nas épocas de estiagem dos tanques e pias que a Câmara designar só para beberem os animais.6º - Transportar em cargas ou pipas, em épocas de estiagem, as águas extraídas das nascentes e tanques, em que a Câmara proíba o uso de tal meio de transportes.7º - Despejar ou destapar os tanques.8º- Estagnar as águas ou desviá-las do fim a que a Câmara as destina.

Artigo 7º.
É proibido lançar nas Ribeiras do Concelho entulhos que as desviem do seu livre curso, ou substâncias que deterioram as águas, tornando-as nocivas à saúde pública, e estagnar com qualquer construção as águas sob a pena de 1$000 réis de multa além da obrigação de repor as cousas no seu antigo estado.


Como é evidente, este documento, bem como as penalizações nele descritas revelam e provam as dificuldades com que, nesta altura, as autoridades se debatiam para manter o abastecimento adequado de água à população da cidade.


Fonte:
  • CANOSO, António História do Abastecimento de Água Ao Concelho de Castelo Branco 1ºedição, 1997