quarta-feira, 4 de maio de 2011

Enquadramento Geológico

Na área de Castelo Branco existe uma extensa superfície aplanada que é separada em dois degraus por uma enorme escarpa de falha do Ponsul. A componente superior desta superfície é designada “Superfície de Castelo Branco”, sendo essencialmente constituída por “xistos muito dissecados e granitos bem conservados”. Os xistos, que são maioritariamente argilosos, são pouco permeáveis, apresentam uma densa e sinuosa rede hidrográfica, a qual, devido à “escorrência difusa e escoamento torrencial”, origina uma paisagem de vales e cumes arredondados. Na zona de contacto com o granito, os xistos encontram-se metamorfoseados, sendo aí siliciosos, mosqueados e com fácies de corneanas. O granito apresenta um grande número de diáclases sendo, assim, mais permeável que o xisto. Consequentemente, a rede hidrográfica que o atravessa é menos densa. A área granítica tende a evoluir para uma paisagem com uma “topografia de maturidade, de vales de fundos largos e de vertentes quase imperceptíveis”.
Ao longo da “Superfície de Castelo Branco”, bem como no degrau tectónico que lhe fica imediatamente inferior, existem extensas faixas quartzíticas que, em consequência da sua maior resistência à erosão, se destacam na paisagem regional. Foi numa delas, a “Faixa Ordovícica de Castelo Branco” que se implantou o castelo e o espaço construído que deu origem à urbe. 


Fonte:
  • DUARTE, Rui; A Memória do Passado no Actual Espaço Urbano – A Cidade de Castelo Branco sob uma Perspectiva Geográfica, Tese de Mestrado, Universidade de Coimbra, 1996. 
  • LAUTENSACH, Hermnn; A Posição Geográfica e o Território, in: Geografia de Portugal – I Volume, conjuntamente com Orlando Ribeiro e Suzanne Daveaux, Edições João Sá da Costa, Lisboa, 1997. 
  • RIBEIRO, Orlando; Sur la Morphologie de la Basse Beira, in: Opúsculos Geográficos, III Volume, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1990.

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